O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco
(TRE-PE) decide nesta quinta-feira (21) o futuro político de quatro vereadores de Araripina, em um julgamento que pode redefinir completamente a composição da Câmara Municipal.
O recurso em julgamento contesta a decisão da 84ª Zona Eleitoral de Araripina, que havia considerado improcedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AlJE) por suposta fraude à cota de gênero envolvendo o partido Podemos nas eleições de 2024.
A denúncia, movida por João Dias (PSB), Robério de Tico de Roberto (PP) e Gerby Alencar (PDT), aponta indícios de candidatura fictícia de Raimunda Martins (Podemos), que obteve apenas 11 votos, sem realizar campanha nas ruas ou redes sociais. Para os autores, trata-se de uma manobra clara para burlar a legislação que exige o mínimo de 30% de candidaturas femininas.
Na última sessão, realizada em 04 de agosto, o relator do caso, desembargador André Luiz Caúla Reis, votou a favor do recurso, sendo acompanhado por outro magistrado. No entanto, um pedido de vista suspendeu a decisão, que será retomada hoje com os votos restantes dos demais juízes.
Caso o TRE reconheça a fraude, os 9.876 votos do Podemos serão anulados, alterando diretamente o quociente eleitoral – de 2.500 votos por vaga para aproximadamente 2.183 – o que poderá resultar na perda de mandato dos vereadores: Naicon
Arruda, Luciano Belo, João Doutor e Elias de Chicão.
Com a eventual cassação, assumiriam as vagas na Casa Joaquim Pereira Lima os suplentes mais votados de partidos como PSB, PP, PSD e PDT. A nova configuração poderia significar uma importante mudança na correlação de forças políticas em Araripina, impactando diretamente o cenário eleitoral de 2026