Em um movimento político estratégico, o prefeito de Ipubi, João Marcos Siqueira, assegurou uma emenda parlamentar para o município com o apoio do deputado estadual Pastor Adalto Santos, da Assembleia de Deus (IEADPE). O anúncio foi realizado no gabinete do deputado em Recife, com a presença do prefeito, mostrando que, quando o interesse de Ipubi está em jogo, as pontes políticas são possíveis — até mesmo com quem teve apenas 58 votos na cidade nas eleições de 2022.
Apesar da votação modesta — 28 votos na sede, 27 em Serrolândia e 3 em Serra Branca —, Pastor Adalto demonstra compromisso com o município, destinando recursos importantes para a população. O gesto foi recebido como um sinal de maturidade política e de busca pelo bem comum.
Mas o que mais chama atenção nos bastidores é o significado dessa aliança: João Marcos vem promovendo uma reaproximação com a IEADPE, igreja historicamente ligada à oposição local. Por muitos anos, a congregação foi refúgio político do líder da oposição, Wilson Filho, que foi candidato a prefeito em 2020 e novamente em 2024.
Em 2020, a igreja lançou como candidato a vereador o irmão Marcos, membro ativo da IEADPE e aliado de Wilson Filho, que obteve 198 votos. Mesmo após a derrota, irmão Marcos se manteve firme no grupo opositor.
No entanto, durante os três dias da mais recente festividade da IEADPE, quem marcou presença foi apenas o prefeito João Marcos. Wilson Filho, conhecido por ser presença constante nesse tipo de evento, não compareceu. A ausência foi notada — e comentada — nos bastidores.
João Marcos, que tem raízes profundas no meio evangélico — parece estar conduzindo uma estratégia de aproximação com respeito, diálogo e resultados concretos. A conquista da emenda com o apoio de um deputado da Assembleia de Deus pode ser um divisor de águas na relação entre a gestão municipal e a igreja.
Mais do que um gesto político, essa conquista mostra que Ipubi está acima das disputas eleitorais. Um deputado que teve apenas 58 votos, mas agora ajuda a cidade com recursos, e um prefeito que prefere construir pontes em vez de muros — esse é o cenário que se desenha.
Como diz o Calanguinho: “A política pode até dividir, mas o bem de Ipubi é que deve unir.” E parece que tem gente entendendo bem isso.