A nova resolução nº 290/2025 da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Pernambuco (ARPE) causou indignação entre os pernambucanos. O documento, que homologa a nova tabela de preços e prazos dos serviços cobrados pela Compesa, representa um aumento expressivo nos valores pagos pela população, especialmente nas taxas de ligação e religação de água, instalação de hidrômetros e ligação de esgoto.
Em alguns casos, os valores ultrapassam facilmente os R$ 700, R$ 1.000 e até R$ 2.500. Serviços simples, como vistoria em imóvel, passam a custar R$ 69,14, enquanto uma ligação de água que antes saía por cerca de R$ 80 agora chega a quase R$ 580.
A justificativa da agência é o “reequilíbrio dos custos operacionais”. No entanto, na prática, o que a população vê é um reajuste pesado em um serviço que há muito tempo não corresponde àquilo que se paga. Em várias cidades do Sertão, inclusive em Salgueiro e região, a falta d’água continua sendo rotina, mesmo para quem paga as tarifas em dia.
A insatisfação aumenta diante da previsão de que, até fevereiro de 2026, 100% dos imóveis ligados à rede passem a pagar pela taxa de esgotamento sanitário, um serviço que, em muitos bairros, sequer existe.
Enquanto o governo e a ARPE defendem o reajuste como uma “necessidade técnica”, os consumidores sentem o peso da decisão no bolso e questionam a coerência de cobrar mais por um serviço que não é entregue com qualidade.
No Sertão, o sentimento é de revolta e abandono. Afinal, de que adianta atualizar as tarifas se a água continua faltando nas torneiras e o esgoto ainda corre a céu aberto?
